A diarista Ana Carolina Santos, 23 anos, teve que recusar um trabalho de carteira assinada porque não tem onde deixar as filhas de quatro e cinco anos. O emprego seria a chance de a moradora de uma palafita na Pedra Furada, na Cidade Baixa, melhorar de vida.
Ano passado as filhas de Ana passavam o dia na Creche Paroquial Nossa Senhora da Boa Viagem, que atendia 63 crianças de 1 a 6 anos. Mas a creche comunitária, que funciona há 24 anos na Boa Viagem, ainda não iniciou as atividades de 2011 e está ameaçada de fechar as portas por falta de recursos.
Até hoje a instituição não recebeu a verba anual de R$ 7.800 do convênio com a prefeitura. Segundo a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), a creche vai receber as verbas depois que a prestação de contas do ano passado, entregue dia primeiro de fevereiro, for analisada. No entanto, a secretaria não soube informar quanto tempo isso leva.
Um alento para a Creche Nossa Senhora da Boa Viagem é que a instituição acabou de ser contemplada com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Mas a Secult ainda não sabe dizer a quantia que será destinada e quando será liberada.
Enquanto isso, a luz da creche está cortada, a conta de água atrasada há dois meses e 63 crianças sem estudar. “Liberaram verba para 32 crianças pelo Fundeb, mas não disseram o valor. Não posso reabrir a creche sem saber quanto vou receber”, explica Edméia Moreira, diretora da creche.
Paróquia poderia ajudar mais
A Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem poderia ajudar mais. “O estatuto da Igreja diz que 20% da arrecadação com o dízimo deve ser repassado às obras sociais da paróquia e a única obra social da Igreja da Boa Viagem é a creche.
Mas eles só repassam R$ 500 por mês, quando recebem em média R$ 6 mil com dízimo”, explica João Bahia, voluntário e membro do conselho fiscal da creche. Em contato por telefone, o pároco da Igreja da Boa Viagem, Adilson Santana, preferiu não se manifestar sobre o assunto. Quem quiser ajudar a creche pode ligar para 3313-9725 e 3312-9532.
fonte: Jornal Massa
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