quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Chega Logo Carnaval: Parte XXII-Blocos recorrem a até a chip para driblar falsários

A falsificação de abadás traz prejuízo para empresas e foliões. Encontrar saídas contra a fraude virou um desafio. A Central do Carnaval, que comercializa ingressos para blocos como Camaleão e Voa Voa , planeja para a folia de 2012 equipar os abadás com um chip capaz de identificar que a vestimenta é mesmo original. A tecnologia que será desenvolvida é a RFID (sigla em inglês para identificação por rádio frequência).

Já a Axé Mix, responsável pela venda dos abadás de blocos, como o Coruja, já está adotando neste Carnaval quatro itens de segurança.

O processo de fraudar a fantasia vem desde a década de 1970 com a mortalha, a antecessora dos abadás. O truque na época era usar o silk-screen, um processo de impressão no qual a tinta é vazada, para imitar a pintura original. Somente na década de 1990 apareceu o abadá e com ele medidas de segurança e recursos tecnológicos para coibir a reprodução ilegal da fantasia.

Encontrar formas de driblar a falsificação é uma das prioridades dos blocos. Joaquim Nery, diretor da Central do Carnaval, que associa 26 blocos e 11 camarotes, relaciona as medidas que têm adotado contra a fraude.

“Usamos um tecido industrializado, com uma marca d'água própria de cada bloco. Além do tecido, o abadá tem vários aspectos de segurança, como uma etiqueta emborrachada que dificulta ainda mais a ação dos falsários e nos auxilia na identificação da vestimenta original”, diz.

Segundo Nery, o investimento alto na segurança inibe a falsificação, porque o custo não compensaria o crime. “Quanto mais complexas forem essas medidas de segurança, mais elevado é o grau de necessidade para fazer a falsificação”, avalia. Outro sistema adotado pela empresa é a numeração de cada vestimenta comercializada.

Um abadá original do Camaleão custa, por dia, R$ 840. No mercado ilegal ele pode custar até, aproximadamente, R$ 2 mil. Isso porque o preço aumenta quando há esgotamento dos lotes oficiais, o que ocorre frequentemente com o bloco.

Com o aumento da demanda e a diminuição da oferta do produto, os falsários costumam se misturar aos cambistas. Eles acabam passando como original uma réplica do abadá e por um custo muito superior ao oficial.

Cuidados - No caso da Axé Mix, a vestimenta, neste ano, possuirá quatro itens de segurança: tecido confeccionado em microfibra exclusiva; uma técnica de impressão especial; a logomarca de cada bloco e uma etiqueta de policromia, que estará afixada em todos os abadás com números e lotes correspondentes.

“A logomarca do Coruja será com aplicação de strass, cada dia com uma cor diferente; a do Cerveja & Cia será num formato de emborrachado; no Pirraça e Pra Ficar, a logo será em glitter e no bloco Salvador será um plástico transparente”, relata Maria Clara Gerbasi, coordenadora de produção da Axé Mix.

Para evitar contratempos, o Procon recomenda que os foliões comprem as fantasias nas sedes oficiais. “Nessas condições, o consumidor sabe a procedência da vestimenta, visto que a compra no mercado ilegal é muito arriscada.

Além disso, em caso de falsificação, o consumidor não terá como recorrer e sairá no prejuízo”, explica Flávia Marimpietri, advogada do Procon. De acordo com ela, se o folião comprou um abadá falsificado, a direção da empresa tem o direito de proibir a sua entrada no bloco.

Para identificar possíveis falsários, as empresas responsáveis pelos blocos também tem investido em esquema especial durante os dias de desfile. “Temos uma equipe de segurança que atua durante a folia para fiscalizar se há tentativas de fraudes de abadás”, relata Joaquim Nery, diretor da Central do Carnaval.

Fonte: A Tarde

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