quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tinha jogador querendo sair na mão, diz ex-técnico do Vitória

Para o ex-técnico do Vitória, Vágner Benazzi,o ano de 2011 foi uma batalha nunca vista ao longo dos seus 26 anos de carreira.Segundo o treinador, o Leão se encontrava numa “situação horrorosa”, ameaçado de rebaixamento e com jogadores querendo sair no tapa com outros colegas em sua chegada.

Depois de 24 jogos no comando, Benazzi assegura não guardar mágoa de ninguém, mas confessa tristeza em não ter recebido um agradecimento da diretoria por seus serviços.

Como você encontrou o Vitória ao assumir o cargo de técnico do clube?

Era uma situação terrível. O time estava a um ponto da zona de rebaixamento e todos já colocavam o Vitória fora da briga pelo acesso. Além da pressão de fora, o elenco estava dividido. Quando cheguei no clube, tinha jogador querendo sair na mão com o outro. Estava um climão.

O que você fez para ajeitar a casa?

Primeiro afastei os jogadores que se achavam inocentes e acima dos outros. [Nota: Benazzi não citou nomes, mas comparando a data de sua chegada e de afastamentos, Edu, Pablo, Eduardo Neto e Ernani foram afastados na época]. Todos estavam no mesmo barco. Quem se achava superior não poderia ficar. Depois, juntei os brigões e disse que poderíamos abrir uma roda para eles se baterem até cansarem. Porém, depois disso, queria todo mundo trabalhando junto. Chamei a família dos atletas para nosso lado e blindamos o grupo. No final do ano, jogadores que não se entendiam estavam se abraçando. Chamei o Geovanni, um cara altamente profissional, para ser o líder do grupo. Depois disso, demos um salto e voltamos a brigar pelo acesso. Foi algo que fiz e ninguém me agradeceu no clube.

Guarda alguma mágoa?

De forma alguma! Eu cheguei aqui dizendo que iríamos chegar na última rodada com chances de acesso. Queria subir, mas consegui realizar o que prometi. O torcedor foi fantástico, a diretoria acreditou em mim e os jogadores se uniram. Só fiquei triste pela forma que foi minha saída. Disseram que eu fui demitido. É mentira! Meu contrato era até o final do ano. No último jogo, eu já tinha me despedido de todos. Depois, o Vitória não me procurou hora nenhuma para uma renovação ou para avisar que eu não continuaria. Isso me deixou triste um pouco, pois fiz mais de 59% de aproveitamento. O que foi feito antes não é da minha conta...

Se arrepende de ter colocado Zé Luis contra o São Caetano?

Não. Ele era o único volante que poderia substituir Coruja. Se colocasse um zagueiro e ele tivesse errado como o Zé, eu seria criticado do mesmo jeito, pois teria mudado o esquema. Foi um dia ruim.

O que o Vitória precisa mudar para 2012?

Não vou citar nomes, pois não cabe mais a mim. Porém, acho que se tirar 30% do elenco deste ano e substituir por jogadores de qualidade, tem tudo para fazer uma boa temporada. Acho que este ano não faltou esforço de ninguém. Precisou de um pouco de sorte. É o que desejo a Toninho Cerezo: mais sorte.

Fonte: A tarde

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