Há poucas rodadas de término dos Campeonatos Brasileiros das duas divisões, temos chances reais de não ter um clube nordestino na Série A.
Na série B, Vitória, Sport e Náutico são os únicos com chances. Mas Americana e Bragantino estão na briga junto com o Boa Esporte e Criciúma. Americano e Criciúma jogam entre si, tirando a chance do Vitória chegar ao G4, mesmo que ganhe seu jogo decisivo com o Boa Esporte. Náutico e Sport tem um clássico nos Aflitos e, se quisermos torcer para garantir um nordestino na Série A e manter uma vaga aberta para o Vitória, temos que torcer para o Náutico. Bragantino tem um jogo mais fácil, mas o Icasa está desesperado para não cair, agora sob o comando do nosso conhecido Arnaldo Lira. Outro jogo, cujo triunfo do favorito impediria a chegada do Vitória ao G4 pela segunda vez nesse campeonato. Bragantino demonstra força nessa reta final.
Na Série A, a coisa está difícil para o Ceará, que pega o Fluminense em casa, mas brigando pelo título, enquanto o Bahia sai para enfrentar o Figueirense, a grande surpresa do campeonato, que deve alçar seu treinador Jorginho à classe “top” dos treinadores na próxima temporada. O Figueirense está nos calcanhares dos favoritos e ganhando fora de casa. Mostra ao Brasil a revelação Wellington Nem, formado no Fluminense, e é favorito jogando em casa contra o Bahia. Como o Bahia tem jogado bem fora de casa, se espera uma performance semelhante ao empate colhido frente ao Coritiba. O Bahia pode se aproximar do Z4 na próxima rodada a depender dos resultados dos seus competidores. Um autêntico campeonato de cabeça para baixo, onde todos fogem das primeiras quatro posições.
Quanto ao título do post, remeto ao início da década passada, quando os próprios clubes nordestinos - e entre eles alguns que estão nessa luta para subir ou não cair - traíram a Liga do Nordeste e abandonaram o campeonato, entregando o futebol nordestino à essa situação que hoje nos defrontamos. Seria um duro golpe, mas que de repente faria a região acordar e se unir para promover as transformações que a torcida espera. Alguns dirigentes de clubes, que sempre estiveram na A, ainda usam da arrogância e querem se distanciar dos interesses da região. O Bahia é um deles, quando segundo declarações de seu presidente, não tem interesse no Campeonato do Nordeste. Imagina que a força de sua torcida e o novo CT será suficiente para mudar de status na Série A e se tornar candidato ao título. Faz o discurso do presidente da Federação Bahiana. É a cultura do clube, mesmo mudando e rejuvenescendo o comando.
Enquanto o Estadual for disputado nas condições de hoje, com 4 meses de prejuízos, não teremos saída. Perdemos fôlego financeiro. Em Pernambuco, o Sport não é diferente do Bahia. Pensa que é o "Barcelona do Nordeste" e a prática vem demonstrando que estamos cada vez mais fracos, enquanto os clubes do sul cada vez mais ricos. Agora, temos a concorrência de clubes menores do sul e sudeste, empresariados por gente do meio do futebol, que vão ganhar espaço na Série B como Barueri, Americana, Red Bull e outros poderosos e que sonham com a série A.
Se o castigo vier para todos, que seja bem vindo. Senão, que estejam na série A o máximo de clubes possível para deleite de seus torcedores apaixonados. E aí o ciclo vicioso vai continuar. O que é fato e estatístico, é que a média de permanência na Série A era de quatro anos e caiu para três, e deve continuar caindo se algo não for feito.
Fonte: Arena Nordeste
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